Roma, Cidade Aberta

Roma, Cidade Aberta

Enredo

Roma, Cidade Aberta, um filme neorrealista italiano de 1945, dirigido por Roberto Rossellini e escrito por Federico Fellini, Sergio Amidei e Roberto Rossellini, é um retrato poderoso e pungente do movimento de resistência italiano durante a Segunda Guerra Mundial. O título do filme, retirado de um poema de Giuseppe Ungaretti, "Altre Carceri" (Outras Prisões), reflete o tema do cativeiro, não apenas do corpo, mas também da alma. A história gira em torno de Giorgio Manfredi (interpretado por Francesco Grandjacquet), um líder da resistência clandestina, e seus companheiros, incluindo Dom Pietro (interpretado por Aldo Fabrizi), um padre que se envolve no movimento de resistência. O objetivo de Manfredi é continuar a luta contra a ocupação nazista de Roma, apesar dos riscos de ser descoberto. Para conseguir isso, ele busca a ajuda de Pina (interpretada por Anna Magnani), a noiva de outro membro da resistência, Marcello (interpretado por Vittorio Gassman). À medida que a história se desenrola, vemos as tentativas do movimento de resistência de escapar da Gestapo e da polícia local, que estão determinadas a esmagar a rebelião. O filme retrata as duras realidades da vida sob ocupação, onde cidadãos comuns são forçados a enfrentar os perigos de viver com o inimigo. Conhecemos vários personagens, cada um com sua própria história para contar, incluindo um grupo de operários, um jovem casal e até mesmo um oficial fascista de alto escalão, todos envolvidos na luta. Através da lente desses personagens, o filme explora temas de esperança, coragem e sacrifício. Apesar das probabilidades esmagadoras contra eles, o movimento de resistência se recusa a desistir, mesmo quando confrontado com a perspectiva de captura, tortura e execução. Dom Pietro, em particular, personifica o espírito de resistência, usando sua posição como padre para ajudar o movimento e inspirar outros a se juntarem à luta. Um dos aspectos mais marcantes de Roma, Cidade Aberta é o uso de filmagens em locações. O filme foi filmado em Roma, usando locais reais e incorporando imagens de cinejornais da época. Isso dá ao filme uma sensação bruta e corajosa, que era uma marca registrada do cinema neorrealista. A cinematografia também é notável, com uma estética predominantemente em preto e branco que aumenta a sensação de realismo do filme. A atuação de Anna Magnani como Pina é particularmente memorável, trazendo uma sensação de profundidade e nuances para a personagem. Seu retrato de uma jovem dividida entre sua lealdade à resistência e seu amor por Marcello é de partir o coração. A química entre Magnani e seus colegas de elenco é genuína, aumentando o impacto emocional do filme. O clímax do filme é intenso e doloroso, pois o movimento de resistência é finalmente descoberto pelos nazistas. Em uma reviravolta chocante e pungente, Dom Pietro é capturado e executado pelos alemães, enquanto Pina e Marcello são forçados a fugir para salvar suas vidas. O filme termina em uma nota sombria, com o som de um sino de igreja tocando ao fundo, um poderoso lembrete dos sacrifícios feitos pelo movimento de resistência. Roma, Cidade Aberta é uma poderosa declaração antifascista, um testemunho da bravura e resiliência daqueles que lutaram contra os nazistas. A influência do filme pode ser vista em muitos filmes subsequentes, incluindo as obras de Martin Scorsese e Francis Ford Coppola, ambos citaram Rossellini como uma influência. Apesar de ter sido feito há mais de 75 anos, Roma, Cidade Aberta continua sendo um filme poderoso e pungente, que continua a ressoar com o público de hoje.

Roma, Cidade Aberta screenshot 1
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Resenhas