Tempo de Fugir

Tempo de Fugir, um filme de drama americano de 1988 realizado por Sidney Lumet, gira em torno da família Pope, que tem vivido à margem da sociedade durante quase duas décadas. A narrativa do filme tece habilmente temas de família, lealdade, amor e auto-descoberta, criando um retrato complexo e envolvente de uma família para sempre presa nas sombras. O filme começa com a apresentação da família Pope, composta por Arthur (interpretado por Judd Hirsch) e Annie (interpretada por Mary Beth Hurt), os pais, e os seus três filhos, Denny (interpretado por Emory Allen), Chrissy (interpretado por River Phoenix) e Jessica (interpretada por Martha Plimpton). A família tem vivido num autocarro escolar em ruínas nos arredores de Los Angeles, mudando constantemente a sua localização para evitar a detecção das autoridades. Como o título sugere, eles estão a fugir do seu passado e a tentar manter-se um passo à frente da lei. Ao longo do filme, a história da família e as circunstâncias que os levaram a este ponto são gradualmente reveladas através de uma série de flashbacks e conversas. Transparece que Arthur, um antigo conselheiro de recrutamento, e Annie, uma enfermeira, se tinham desiludido com a Guerra do Vietname e decidiram sabotar as instalações de produção de armas no final dos anos 60. As consequências das suas ações levaram a uma caça ao homem, forçando-os a assumir novas identidades e a viver escondidos desde então. O filho mais velho, Denny, é um jovem adulto com paixão pela música. Ele conhece uma rapariga chamada Lorna (interpretada por Jennifer Connelly) num restaurante, e em breve apaixonam-se um pelo outro. O desejo de Denny de estar com Lorna e começar uma nova vida sem a família traz uma sensação de incertidão e tensão entre os Pope. A decisão de Denny de se mudar com Lorna e deixar a família desencadeia uma série de eventos que desafiam o sentimento de unidade da família. Entretanto, Chrissy, um jovem músico talentoso, está a começar a explorar a sua própria identidade, querendo mais do que o estilo de vida nómada de fugir das autoridades. O desejo de Chrissy de se estabelecer e seguir a sua paixão pela música ressoa com Denny, que está a lutar para definir o seu próprio caminho na vida. À medida que a história se desenrola, a tensão aumenta entre os Pope e aqueles próximos deles. O pai de Lorna, Gus (interpretado por Christopher Walker), é um informador do FBI que se torna cada vez mais suspeito das atividades de Denny, e o seu relacionamento é finalmente posto à prova. Chrissy, sentindo-se sobrecarregado com as pressões da situação da sua família, começa a questionar as suas próprias decisões e o seu lugar no mundo. A situação precária da família chega a um ponto crítico quando Gus se convence de que Denny é aquele que eles têm procurado durante todo este tempo. Isto desencadeia uma cadeia de eventos que acaba por levar a um confronto entre os Pope e a lei. As tentativas de Arthur de proteger a sua família e a sua própria história entram em conflito com o seu desejo de ver os seus filhos a levar vidas normais. O clímax do filme vê o passado de Arthur finalmente confrontá-lo, e traz um momento de catarse para toda a família. O filme termina com uma nota agridoce, pois os Pope enfrentam a possibilidade de serem apanhados e possivelmente colocados atrás das grades pelas suas ações passadas. No entanto, mais do que tudo, o filme destaca as complexidades e o elemento humano de uma família a viver escondida. A interpretação de Chrissy por River Phoenix é nada menos que notável. Ele traz profundidade e nuance à personagem, tornando as suas lutas com a identidade e o pertencimento relacionáveis e sentidas. Judd Hirsch e Mary Beth Hurt oferecem performances igualmente impressionantes como os pais, capturando a complexidade e o desespero da situação da família. Em resumo, Tempo de Fugir é um drama envolvente que mergulha na vida de uma família em fuga perpétua. É um retrato pungente da condição humana, explorando temas de família, amor e as complexidades de viver com arrependimento. A representação do filme da família Pope e as suas lutas para chegar a um acordo com o seu passado é cativante e pungente. A narrativa e os personagens do filme ficam com o espectador muito depois dos créditos rolarem, tornando Tempo de Fugir uma exploração poderosa da condição humana.