O Armário de Celulóide

O Armário de Celulóide

Enredo

O Armário de Celulóide é um documentário inovador e perspicaz que investiga a representação da homossexualidade nos filmes de Hollywood ao longo do século passado. Narrado pela inimitável Lily Tomlin, o filme é uma jornada envolvente e informativa pela história da representação cinematográfica de gays e lésbicas. O filme começa com uma montagem de filmes clássicos de Hollywood com estereótipos e caricaturas de indivíduos gays, muitas vezes perpetuando representações negativas e degradantes. Do alívio cômico do personagem "efeminado" às figuras trágicas da "rainha trágica", fica claro que a indústria cinematográfica frequentemente recorreu a esses tropos cansados para representar gays e lésbicas na tela. No entanto, à medida que o documentário avança, fica claro que sempre houve uma contra-narrativa em jogo, com muitos cineastas e atores lutando contra as convenções da indústria e desafiando o status quo. Uma das figuras-chave nessa luta é Rock Hudson, que, apesar de ser profundamente enrustido, tornou-se um ícone improvável para os gays nas décadas de 1950 e 1960, particularmente por meio de sua representação de homens charmosos e elegantes em filmes como "Assim Caminha a Humanidade" e "Confidências à Meia-Noite". Enquanto isso, algumas atrizes como Olivia de Havilland, Susan Hayward e Barbara Stanwyck, retrataram mulheres que eram frequentemente mostradas como tendo relacionamentos profundos e românticos com outra mulher, mas o subtexto desses relacionamentos há muito tempo é mal interpretado como amizades platônicas ou "irmãs". O filme destaca as maneiras pelas quais a indústria frequentemente apagou ou minimizou esses relacionamentos ao longo dos anos, refletindo as atitudes sociais em relação ao lesbianismo em meados do século XX. As décadas de 1960 e 1970 viram uma mudança significativa na representação de gays e lésbicas na tela, com o surgimento de cineastas como Martin Scorsese e Brian De Palma, que ultrapassaram os limites do que era considerado aceitável no cinema mainstream. Filmes como "Perdidos na Noite" (1969) e "Espantalho" (1973) apresentavam personagens gays em papéis matizados e complexos, abrindo caminho para as futuras gerações de cineastas gays e lésbicas. Nas décadas de 1980 e 1990, a crise da AIDS marcou um ponto de virada na representação de gays na tela, quando a indústria cinematográfica começou a lidar com a realidade da epidemia e o impacto que ela teve na comunidade gay. Documentários como "Common Threads: Stories from the Quilt" (1989), dirigido por Rob Epstein e Jeffrey Friedman, forneceram um olhar poderoso e emocional sobre a crise, enquanto filmes como "A Single Man" (1986) e "Sobre Meninos e Lobos" (1982, lançado em 2011) abordaram as questões de frente, explorando temas de luto, perda e ativismo. Por meio de uma variedade deslumbrante de imagens, entrevistas e comentários, O Armário de Celulóide reúne uma gama diversificada de perspectivas sobre a representação de gays e lésbicas em Hollywood. Tom Hanks, Susan Sarandon, Whoopi Goldberg, Tony Curtis, Harvey Fierstein e Gore Vidal estão entre os muitos atores, roteiristas e comentaristas que compartilham suas percepções e anedotas sobre os gays e lésbicas que trabalharam atrás e na frente das câmeras. Um dos aspectos mais atraentes do documentário é sua exploração das vidas e carreiras de cineastas gays e lésbicas, incluindo William Friedkin, Paul Newman e Barbara Stanwyck. Por meio de suas histórias, o filme destaca as maneiras pelas quais a indústria cinematográfica muitas vezes tolerou ou até celebrou indivíduos gays, ao mesmo tempo em que lhes negava o reconhecimento e o respeito que merecem. Em última análise, O Armário de Celulóide é um testemunho do poder do cinema para moldar nossa compreensão do mundo e de nós mesmos. Ao explorar a história complexa e, às vezes, tensa da representação gay na tela, o filme nos lembra que a batalha pela aceitação e visibilidade está longe de terminar, mas é uma que vale a pena lutar.

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