O Mestiço

Enredo
Douglas Fairbanks, um dos espadachins mais icônicos de seu tempo, arriscou tudo ao tentar se estabelecer como mais do que apenas um mestre da luta de espadas cômica. Para alcançar este objetivo ambicioso, Fairbanks estrelou O Mestiço, um melodrama western de 1916 que mostra seu potencial dramático e confronta os preconceitos enfrentados por indivíduos de etnia mista. Dirigido por Allan Dwan com talento para o dramático, este filme é mais do que uma épica western pitoresca – é uma exploração arrebatadora do amor, da desigualdade social e do poder implacável da identidade. Lo Dorman, interpretado por Fairbanks, é um jovem que reside à margem da sociedade, carregando o peso de ser um mestiço – um subproduto infeliz de um pai branco e uma mãe nativa americana que foi abandonada por seu parceiro. A existência de Lo é um tormento perpétuo, oscilando entre sentimentos de pertencimento e isolamento devido à sua herança complexa. Seu destino está entrelaçado com a rica e bela Nellie, uma debutante branca que chama a atenção de Lo. As normas sociais da época ditam que tal relacionamento é impossível – apenas exacerbando os obstáculos enfrentados por Lo no processo de conquistar o coração de Nellie. Seu amor é mais do que uma noção romântica; é um reflexo dos preconceitos e barreiras sociais de longa data que impedem os indivíduos de transcenderem sua identidade étnica percebida. Xerife Dunn, interpretado por Sam De Grasse, personifica a intolerância da mentalidade de cidade pequena, querendo manter a pureza racial como ele a vê. Dunn vê Nellie como uma atração – uma joia preciosa que ele anseia por reivindicar para si. Assim, Lo, agora visto como uma ameaça às aspirações sociais de Dunn, se torna o objeto da ira do xerife. O amor de Lo e Nellie se envolve neste triângulo amoroso distorcido que gradualmente se transforma em um quadrângulo quando Teresa, uma mulher fugindo da lei, entra em cena. Teresa, uma figura enigmática que personifica o amor, a mágoa e o sofrimento, adiciona outra camada ao drama romântico multifacetado que se desenrola diante da câmera. Teresa pode ser o símbolo do desespero sombrio para aqueles presos na crueldade da vida, mas sua mera chegada revive duas histórias separadas de pessoas ansiosas – talvez um semblante de consolo no fundo do coração machucado de Lo, até mesmo um instante de escapismo esperançoso, por mais momentâneo que seja, das dificuldades que os personagens enfrentaram. Os eventos tumultuados são cheios de explosões dramáticas onde os personagens são dominados pela turbulência emocional. Com vidas em jogo devido a sentimentos injustos da cidade, e fortes interesses masculinos buscando redenção – as vidas desses personagens evoluem através de um processo excruciante e desgastante causando tumulto, violência e desgosto; capturando o poder destrutivo de suas emoções descontroladas em meio às quais se encontravam. Em O Mestiço, Allan Dwan tece uma narrativa eficaz mostrando os talentos de Fairbanks além da bravata – revelando até mesmo toda a gama de potencial de atuação de Douglas que o tornou um ator tão amado entre os entusiastas do cinema. Esta exploração emocionante força o público de Fairbanks a confrontar instâncias da história que ilustram a profunda crueldade inerente à discriminação baseada no ódio.
Resenhas
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