Harriet

Enredo
No início do século XIX, os Estados Unidos eram uma nação ainda profundamente arraigada na prática da escravidão. Milhões de indivíduos escravizados viviam em cativeiro, sujeitos aos caprichos e ao tratamento brutal de seus proprietários de plantações. Entre eles estava Harriet Ross Tubman, nascida por volta de 1822 na plantação de Edward e Harriet Green no condado de Dorchester, Maryland. Órfã ainda jovem, Harriet foi forçada a depender da bondade dos vizinhos e da generosidade ocasional de seu proprietário, Moses Brodess, que comprou a fazenda de sua família. A vida como escrava era marcada por trabalho exaustivo, violência e medo sem fim. A punição brutal e o tratamento severo deixaram cicatrizes profundas na jovem. No final da adolescência, Harriet testemunhou o castigo horrendo de um companheiro escravo que havia fugido e foi pego tentando voltar para a liberdade. Este evento traumático se tornou um momento decisivo para Harriet, solidificando seu desejo feroz de libertação. À medida que envelhecia, Harriet se casou com John Tubman, um homem negro livre, mas ela própria permaneceu escrava. Depois de sofrer uma grave lesão na cabeça que levou a convulsões, Harriet recorreu ao espiritismo em busca de consolo. Ela se convenceu de que havia sido escolhida por Deus para um propósito maior: libertar aqueles em cativeiro. A nova devoção de Harriet também lhe deu imensa coragem e fé em sua missão. Com uma crescente sensação de resolução, Harriet começou a formular um plano de fuga. Ela observou cuidadosamente os caçadores de escravos e suas rotas, eventualmente decidindo fugir para a liberdade no Norte. O risco era enorme, mas Harriet estava desesperada para viver uma vida livre da escravidão. Em uma noite de outono abafada em setembro de 1849, Harriet partiu, guiada pela Estrela do Norte e por uma determinação ferrenha. Viajando quase 145 quilômetros a pé, ela seguiu a Ferrovia Subterrânea, uma rede de caminhos secretos, casas seguras e aliados simpáticos que ajudavam escravos fugitivos em sua perigosa jornada para a liberdade. Ao longo do caminho, ela encontrou inúmeros encontros fortuitos com caçadores de escravos e quase sucumbiu ao esgotamento. Ainda assim, a perspectiva de ser uma 'mulher livre' permaneceu sua força motriz. Harriet chegou à Filadélfia, um centro movimentado de atividade abolicionista, onde começou a trabalhar como doméstica para um casal Quaker, William e Caroline Stewart. Foi durante esse período que Harriet foi exposta ao ativismo fervoroso de William Still, que reconheceu sua incrível jornada como um testemunho do poder da autossuficiência e da fé. Tocados por sua história, William e Caroline decidiram ajudar Harriet a obter controle sobre sua própria vida, auxiliando-a na obtenção de seus documentos de liberdade. Em 1850, a Lei dos Escravos Fugitivos reforçou as leis que regem os escravos fugitivos; com esta nova lei, devolver os escravos fugitivos aos seus donos agora era estritamente aplicável pela lei federal. Agora era mais perigoso do que nunca para Harriet viver sua vida como uma mulher livre. Esta nova realidade levou Harriet a tomar a ousada decisão de retornar a Maryland várias vezes para resgatar dezenas de companheiros escravos. Sob o disfarce de uma mulher negra livre chamada 'Moisés', ela navegou corajosamente pelo terreno traiçoeiro de plantações e florestas pantanosas, enfrentando caçadores de escravos e outras ameaças mortais para completar suas missões. Em 1860, sua bravura e astúcia haviam libertado aproximadamente 70 a 80 pessoas, incluindo três de seus próprios irmãos e seus filhos. Quando a Guerra Civil finalmente estourou em 1861, Harriet viu uma oportunidade de lutar pelo Exército da União, oferecendo seus serviços ao Exército dos EUA. Sua oferta foi inicialmente recebida com ceticismo, mas acabou sendo aprovada. Ao longo de seu serviço, Harriet guiou e liderou centenas de soldados em ataques e missões ousadas, fornecendo informações críticas sobre as posições e táticas inimigas que alteraram significativamente o curso da guerra. Seus feitos notáveis lhe renderam o título de "Moisés de Seu Povo". Harriet Tubman continuou sua notável jornada como uma abolicionista pioneira, mulher e soldado, cimentando seu lugar como uma das figuras mais corajosas da história americana. Sua bravura diante de perigos inimagináveis, alimentada por um compromisso inabalável com a igualdade e os direitos humanos, continua a inspirar gerações.
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