A Casa Sombria

A Casa Sombria, dirigido por Remi Weekes e lançado em 2020, é um filme de terror sobrenatural cativante e perturbador. O filme acompanha dois refugiados do Sudão do Sul, Bul (Ṣọpẹ́ Dìrísù) e Amar (Wunmi Mosaku), que, juntamente com sua jovem filha, Rial (Matti Diop), conseguem escapar da brutalidade de sua terra natal devastada pela guerra. Após uma jornada árdua e perigosa para o Reino Unido, eles finalmente chegam ao seu destino: uma pequena e charmosa cidade inglesa. Inicialmente, o filme apresenta Bul como um indivíduo forte e determinado que arrisca sua vida para proteger aqueles que ama. Enquanto ele luta para se ajustar ao seu novo ambiente, torna-se evidente que o peso da responsabilidade pelo bem-estar da família recai pesadamente sobre seus ombros. Amar, por outro lado, parece mais vulnerável, e seu estado frágil muitas vezes deixa Bul se sentindo impotente e preocupado. O relacionamento do casal é construído sobre amor e lealdade, mas suas experiências como refugiados também introduzem tensões e conflitos subjacentes. Após a chegada no Reino Unido, a família recebe uma casa modesta, mas adequada, por um conselho local, e é aqui que a narrativa toma um rumo sombrio e sinistro. À medida que Bul e Amar começam a se estabelecer em seu novo ambiente, eventos estranhos e inexplicáveis começam a ocorrer. Objetos se movem sozinhos e ruídos inexplicáveis ecoam pela casa, dificultando a manutenção de um senso de normalidade para a família. O uso de iluminação fraca e design de som misterioso e atmosférico pela câmera cria efetivamente uma sensação de pressentimento e ansiedade. Enquanto a família luta para lidar com sua nova realidade, assistentes sociais, liderados pela assistente social Hannah Fitzgerald (Steffan Rhodri) e um funcionário do conselho, se apressam em oferecer sua assistência. As intenções das autoridades locais podem parecer genuínas, mas suas perguntas e ações intrusivas complicam ainda mais a situação já terrível de Bul e Amar. Essas interações burocráticas levantam questões sobre os direitos dos refugiados e as dificuldades que enfrentam ao navegar em um sistema estrangeiro. O emprego de Bul como mecânico torna-se outra fonte de tensão, pois ele está frequentemente em conflito com seu chefe exigente e às vezes cruel, que se aproveita de seu desespero. As dificuldades financeiras de Bul o tornam mais dependente da diminuição da estabilidade mental de Amar. À medida que a condição de Amar piora, Bul enfrenta uma decisão terrível: cuidar dela ou arriscar a instabilidade financeira e a possibilidade de ser deportado de volta para o Sudão do Sul. As experiências sobrenaturais da família se intensificam, culminando com Bul e Amar testemunhando uma presença malévola, que só pode ser descrita como um espírito malévolo. O espírito é malévolo e violento e parece ter prazer em causar caos. Essa entidade está ligada ao passado ancestral da família, uma lembrança assustadora de suas experiências no Sudão do Sul. À medida que a presença continua a aterrorizá-los, os estados mentais da família se deterioram. Bul, numa tentativa desesperada de salvar Amar e sua filha, faz uma jornada perigosa para enfrentar a força maligna de frente. A segunda metade do filme avança para um clímax angustiante e intenso, enquanto Bul confronta seus próprios medos e fraquezas, forçando-o a aceitar a realidade de sua situação. No final, Bul se vê confrontado com uma decisão impossível. Seu amor por Amar e seu desejo de protegê-la e a sua filha são postos à prova pela presença malévola e pelo sistema que se recusa a reconhecer o seu sofrimento. A conclusão do filme levanta várias questões, deixando os espectadores com uma impressão assustadora e perturbadora do que o futuro pode reservar para a família do Sudão do Sul. Em última análise, A Casa Sombria é um conto emocionante e perturbador de perda, sobrevivência e os horrores invisíveis que aguardam aqueles que foram forçados a enfrentar traumas e deslocamentos inimagináveis em um mundo estrangeiro.