Saudade

Saudade

Enredo

Charlotte, uma mulher de 27 anos, entra em uma sala onde finalmente conhecerá seu irmão mais velho, Henrik, de 35 anos, pela primeira vez em sua vida adulta. A tensão entre eles é palpável enquanto trocam os primeiros olhares, cada um carregando um ar de estranheza e um toque de hesitação. Este encontro prepara o cenário para o drama de Saudade, um filme familiar pungente e não convencional que investiga a dinâmica complexa do amor fraternal e a busca por um senso de pertencimento. À medida que a história avança, fica claro que a família de Charlotte e Henrik está longe de ser convencional. São dois irmãos que partilham um vínculo genético, mas foram separados da vida um do outro, com a infância envolta em mistério e segredo. Os seus pais, que logo descobrimos serem os pais biológicos de Charlotte, são figuras distantes, lutando com os seus próprios demónios pessoais e indisponibilidade emocional. A dinâmica da família é marcada pela desconexão e por uma persistente sensação de incompletude. Henrik, que tem arcado com a responsabilidade de ser o adulto no relacionamento, é movido por um senso de dever e culpa. Ele sente a obrigação de estar lá para sua irmã, para oferecer a ela um senso de estabilidade e normalidade que ela nunca experimentou antes. Mas, à medida que começam a se abrir um para o outro, a fachada de sua estranheza inicial começa a desmoronar, revelando um profundo poço emocional de dor, saudade e vulnerabilidade. Charlotte, por outro lado, é uma personagem complexa e enigmática, carregando uma profunda cicatriz emocional de sua infância. Ela cresceu sem o amor e o carinho que toda criança merece, deixando-a com uma sensação generalizada de incerteza e dúvida. Ao começar a se conectar com Henrik, ela é forçada a confrontar as memórias fragmentadas de sua infância e as feridas emocionais que a assombram há tanto tempo. Ao longo do filme, os limites entre o relacionamento deles são repetidamente empurrados e testados. Eles navegam no delicado equilíbrio entre família e intimidade, questionando constantemente o que significa fazer parte de uma família. Eles tropeçam nas imperfeições e rachaduras na fachada de sua família e, ao fazê-lo, são forçados a confrontar seus próprios sentimentos de inadequação e rejeição. À medida que se aproximam, o vínculo se aprofunda e começam a formar um senso de companheirismo e confiança. Eles começam a criar seus próprios rituais e tradições, forjando um senso de normalidade e pertencimento que nunca experimentaram antes. Nesses momentos, eles encontram uma frágil sensação de paz, um vislumbre fugaz do que significa ser uma família. No entanto, o amor e a ligação deles são constantemente ameaçados pelos problemas não resolvidos e pelas emoções não abordadas que se acumularam ao longo dos anos. Eles são forçados a confrontar os segredos obscuros e as memórias dolorosas de sua infância e, ao fazê-lo, são levados ao limite. As linhas entre amor, apego e obsessão tornam-se cada vez mais turvas e eles devem navegar pelas complexidades de seus sentimentos um pelo outro. Em última análise, Saudade é um filme sobre o poder do amor para curar e transformar até mesmo os relacionamentos mais destruídos. É uma exploração pungente da necessidade humana de conexão e pertencimento, e das maneiras pelas quais o amor fraternal pode se manifestar mesmo nas circunstâncias mais incomuns. Através da história de Charlotte e Henrik, o filme lança luz sobre as complexidades da dinâmica familiar e a resiliência do espírito humano. Quando o filme chega ao fim, ficamos com uma sensação de esperança e renovação. Charlotte e Henrik encontraram um senso de propósito e pertencimento um no outro, e estão determinados a criar uma nova família, uma que nasce das cinzas de seu passado conturbado. É um testemunho do poder duradouro do amor e da capacidade humana de curar, e um poderoso lembrete de que até mesmo os relacionamentos mais destruídos podem ser consertados, um pequeno passo de cada vez.

Saudade screenshot 1
Saudade screenshot 2
Saudade screenshot 3

Resenhas