Enjoo

Enjoo é um filme de drama americano de 2015 dirigido por Jill Soloway e escrito por Soloway em conjunto com Matthew Sonnenfeld. O filme estreou-se no Festival de Cinema de Sundance a 23 de janeiro de 2015. O filme gira em torno de Ely (interpretado por Matthew Broderick), um ex-estudante rabínico que se perdeu na vida. As suas lutas não são apenas externas, mas também uma crise profundamente pessoal e existencial dentro de si. O passado de Ely como estudante rabínico deixou um impacto profundo no seu presente, influenciando os seus relacionamentos e a sua auto-perceção. À medida que o filme se desenrola, vemos Ely num estado intermédio - suspenso entre as suas aspirações intelectuais e a dura realidade do seu presente. Ely é retratado como uma personagem dividida entre os seus desejos e obrigações. O seu desejo de ser rabino é justaposto com as duras realidades das responsabilidades familiares e o seu próprio sentimento de inadequação. Estas contradições manifestam-se sob a forma de ataques de ansiedade, privação de sono e incapacidade de se conectar com a sua família e entes queridos. Um dos temas centrais do filme é a busca por significado e propósito. As lutas de Ely são uma metáfora para a condição humana, uma busca por identidade e uma tentativa desesperada de encontrar o seu lugar no mundo. O seu passado serve como um catalisador para as suas ansiedades presentes e é ao confrontar estes demónios do passado que Ely começa a encontrar alguma aparência de paz. Ao longo do filme, os relacionamentos de Ely com aqueles que o rodeiam são um aspeto crucial da sua narrativa. As suas interações com a sua esposa, Ellen (interpretada por Rachel Keller), e a sua filha, Maya (interpretada por Rachel Wiener), servem de pano de fundo para as suas lutas emocionais. A paciência, o amor e a frustração delas para com Ely destacam as complexidades dos relacionamentos e o impacto das ações de uma pessoa sobre aqueles que a rodeiam. O filme também explora o conceito de espiritualidade e fé de uma forma não tradicional. O histórico de Ely como estudante rabínico fornece um ponto de partida para a sua exploração da espiritualidade. No entanto, não é a sua fé que lhe proporciona paz, mas sim a sua conexão com as pessoas ao seu redor e a sua aceitação das suas circunstâncias presentes. Este retrato matizado da fé serve como um contraponto às noções tradicionais de espiritualidade, destacando as complexidades da experiência humana. Visualmente, o filme emprega uma técnica narrativa única ao usar flashbacks, narrações e uma qualidade de sonho para transmitir a luta interior de Ely. O comboio em que Ely embarca no início serve como uma metáfora para a sua jornada, simbolizando a sua descida às profundezas do seu próprio subconsciente. A cinematografia a preto e branco captura eficazmente o tom sombrio e introspetivo do filme, enfatizando a turbulência interior de Ely. As atuações em Enjoo são um aspeto fundamental para o sucesso do filme. Matthew Broderick traz profundidade e nuance ao personagem de Ely, transmitindo a complexidade das suas emoções através de maneirismos e expressões subtis. O elenco de apoio, incluindo Rachel Keller e Rachel Wiener, entrega atuações igualmente impressionantes, adicionando profundidade e riqueza à narrativa. Em conclusão, Enjoo é um drama instigante que investiga as complexidades da experiência humana. Através das lutas de Ely, o filme oferece um retrato matizado de relacionamentos, fé e identidade, destacando a busca por significado e propósito que é inerente a todos nós.