Paul Simon: Sob o Céu Africano

Enredo
Paul Simon: Sob o Céu Africano, um filme documentário dirigido por Joe Berlinger, oferece um olhar aprofundado sobre a criação do álbum Graceland de 1986 de Paul Simon. O filme explora o impacto da decisão de Simon de gravar o álbum na África do Sul, apesar do boicote cultural da ONU projetado para acabar com o regime do Apartheid. Através de uma série de entrevistas com Simon e outras figuras notáveis, incluindo Quincy Jones, Peter Gabriel, David Byrne, Harry Belafonte e Paul McCartney, o filme lança luz sobre a controvérsia em torno do álbum e sua influência na indústria musical. O filme começa com uma breve introdução à criação de Graceland, que marcou um desvio significativo do trabalho anterior de Simon. O álbum, lançado em 1986, foi uma fusão de folk americano, rock e ritmos africanos, apresentando colaborações com músicos sul-africanos locais. O sucesso do álbum foi rápido e esmagador, gerando sucessos como "I Know What I Know" e "You Can Call Me Al". No entanto, o impacto do álbum na indústria musical e na política foi muito mais complexo e marcou o início de um acalorado debate sobre o papel da música na política. Simon, um renomado músico e ativista, há muito tempo estava envolvido em várias causas sociais e políticas, incluindo o movimento anti-Apartheid. No entanto, sua decisão de gravar Graceland na África do Sul foi criticada por muitos, incluindo alguns membros do movimento anti-Apartheid, que sentiram que Simon estava minando os esforços daqueles que lutavam para acabar com o regime. O boicote cultural da ONU à África do Sul, que estava em vigor desde 1963, visava pressionar o governo sul-africano a desmantelar o regime do Apartheid, proibindo colaborações culturais com o país. Apesar da reação, Simon sustentou que havia feito sua pesquisa e estava genuinamente tentando ajudar o povo sul-africano, chamando a atenção internacional para a cena musical do país. Ele argumentou que o regime do apartheid já estava desmoronando e seu álbum era uma tentativa de preencher a lacuna cultural entre sul-africanos brancos e negros. Simon também apontou que havia consultado músicos locais e tomado medidas para garantir que o álbum trouxesse benefícios econômicos aos artistas envolvidos. Quincy Jones, um produtor e músico respeitado, fornece informações valiosas sobre a criação de Graceland, descrevendo a experiência de gravar com músicos sul-africanos como "um momento mágico" que permitiu a criação de algo verdadeiramente inovador e inovador. Jones também reconhece a controvérsia em torno do álbum, mas sustenta que as intenções de Simon eram puras e que o álbum teve um impacto profundo na indústria musical. Peter Gabriel, outro músico proeminente e amigo de longa data de Simon, reflete sobre o impacto de Graceland na indústria musical, descrevendo-o como um "momento decisivo" que abriu caminho para futuras colaborações entre artistas de diferentes partes do mundo. Gabriel também reconhece a controvérsia em torno do álbum, mas enfatiza que as ações de Simon foram uma tentativa genuína de promover a compreensão intercultural. David Byrne, o vocalista do Talking Heads, oferece uma perspectiva mais matizada sobre a controvérsia em torno de Graceland, observando que, embora a decisão de Simon de gravar o álbum fosse, sem dúvida, complexa, era também uma expressão de seu desejo de desafiar o status quo e ultrapassar limites. Byrne também destaca a ironia de Simon ser criticado por quebrar o boicote cultural da ONU, enquanto é elogiado por seu apoio ao movimento anti-Apartheid. O filme também apresenta uma entrevista com Harry Belafonte, um defensor de longa data dos direitos civis e do ativismo anti-Apartheid. Belafonte, que era um defensor vocal do boicote cultural, expressa sua decepção com a decisão de Simon de gravar Graceland na África do Sul, mas também reconhece o impacto do álbum na indústria musical e sua capacidade de chamar a atenção internacional para a situação do povo sul-africano. O filme conclui com um show de reunião com muitos dos artistas que estiveram envolvidos na criação de Graceland, incluindo Simon, Jones, Gabriel, Byrne e Belafonte, entre outros. O show, realizado em Durban, África do Sul, marcou o 25º aniversário do lançamento do álbum e foi um testemunho do poder duradouro da música para unir as pessoas. Ao longo do filme, a direção de Berlinger brilha intensamente, tecendo uma narrativa abrangente que explora as complexidades e controvérsias em torno de Graceland. O filme é imperdível para os fãs de Paul Simon e Graceland, mas também oferece algo muito mais significativo: um exame matizado do papel da música na política e das complexidades da colaboração cultural em face de conflitos e adversidades.
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