Psicose IV: O Princípio

Enredo
Psicose IV: O Princípio, um filme para televisão realizado por Mick Garris, serve como uma prequela do clássico Psicose de 1960, permitindo ao público aprofundar a vida de Norman Bates, o infame assassino em série. O filme começa com Norman Bates (interpretado por Anthony Perkins), o charmoso e carismático apresentador do seu próprio programa de rádio, "No Ar", um programa noturno de chamadas onde os ouvintes partilham as suas histórias pessoais. Desconhecido dos seus ouvintes, Norman tem usado um pseudónimo, "Ed Bartell", ao partilhar as suas experiências de infância com Fran Ambrose (interpretada por Candice Bergen), uma radialista espirituosa e envolvente. A discussão de Fran sobre o matricídio desperta o interesse de Norman, e ele decide telefonar sob o seu nome assumido, partilhando uma história perturbadora da sua relação com a sua mãe. A narrativa muda para a infância de Norman, onde os espectadores testemunham os primeiros estágios da sua relação tumultuosa com a sua mãe autoritária e possessiva, Norma (interpretada por Olivia Hussey). Apresentado numa sequência de flashback, o filme retrata um jovem Norman a lutar para desenvolver um sentido de identidade, muitas vezes preso entre as exigências conflituosas das expectativas da sua mãe e os seus próprios desejos emergentes. À medida que a história se desenrola, torna-se aparente que o trauma de infância de Norman tem sido o catalisador da sua persona adulta. O seu laço complicado com a sua mãe é marcado por uma dependência excessiva, decorrente do seu medo profundo de abandono e rejeição. O mundo interior de Norman é marcado por uma sensação de sufoco emocional, levando a uma personalidade fragmentada e dissociativa, que acaba por alimentar a sua descida à loucura. Ao longo do filme, as personalidades duplas de Norman tornam-se cada vez mais evidentes. À primeira vista, ele parece personificar o filho ideal, atento às necessidades da sua mãe e ansioso por agradar. No entanto, por baixo desta fachada encontra-se a persona de "Marion", uma entidade reprimida que simboliza a raiva, a frustração e o desejo de independência reprimidos de Norman. À medida que a narrativa avança, os espectadores testemunham os eventos trágicos que acabam por selar o destino de Norman. Uma série de cenas de flash-forward aludem às consequências violentas das suas ações matricidas, enquanto as sequências do presente continuam a explorar o mundo interior conflituoso de Norman. O seu programa de rádio, outrora um meio para ele lidar com os seus demónios, tornou-se uma saída para as suas emoções reprimidas, enquanto ele continua a tecer uma teia de mentiras e enganos. Em última análise, a história de Norman serve como um conto de advertência sobre as consequências devastadoras do trauma infantil e a confusão entre a realidade e a fantasia. O filme deixa o público a ponderar sobre as complexidades da psique de Norman, questionando se as suas ações são resultado de uma malevolência inerente ou das consequências de um ambiente familiar distorcido. Psicose IV: O Princípio oferece uma exploração instigante da psique de um dos vilões mais icónicos do cinema, humanizando Norman Bates e convidando o público a simpatizar com a sua situação. Embora o filme não desculpe os crimes hediondos de Norman, levanta questões essenciais sobre o papel da educação e do ambiente na formação do comportamento de um indivíduo.
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