Reel Injun: Índios nas Telonas

Enredo
Reel Injun: Índios nas Telonas é um documentário que apresenta uma avaliação histórica e crítica da representação dos nativos americanos no cinema. Dirigido por Neil Diamond e Catherine Bainbridge, o filme estreou no Festival Internacional de Cinema de Toronto de 2009. Ao mergulhar na evolução das representações de nativos americanos no cinema, o documentário destaca a representação frequentemente negativa e estereotipada dos povos nativos americanos nas telas. O filme começa examinando a representação dos nativos americanos na era do cinema mudo. Os primeiros dias do cinema frequentemente apresentavam representações estereotipadas e exóticas dos nativos americanos. Os primeiros filmes mudos representavam os nativos americanos como selvagens e incivilizados, com uma tendência a enfatizar sua aparência física e afiliações tribais. Muitos desses filmes se baseavam no mito do "bom selvagem", um clichê que caracterizava os nativos americanos como nobres e sábios ou ferozes e selvagens. Essas representações eram frequentemente baseadas em informações incompletas e imprecisas, refletindo as atitudes culturais e preconceitos dos cineastas. À medida que o cinema avançava para a era do cinema falado, a representação dos nativos americanos na tela não melhorou significativamente. O advento do som permitiu representações mais detalhadas e sutis, mas os estereótipos e atitudes negativas persistiram. O Código Hays, um código de autorregulamentação que governava o conteúdo dos filmes nos Estados Unidos, proibia representações na tela de culturas e rituais nativos americanos. O código, no entanto, permitia a representação de personagens nativos americanos como vilões ou como pessoas que precisavam ser "resgatadas" por protagonistas brancos. Isso perpetuou a ideia de que os nativos americanos eram incapazes de se governar ou precisavam de cuidados paternalistas. Reel Injun também examina o papel de John Ford, um renomado diretor de cinema que foi um prolífico fornecedor de Westerns. Os filmes de Ford frequentemente apresentavam nativos americanos como personagens secundários ou como figuras que precisavam de resgate. O filme critica a representação de Ford da vida nativa americana, particularmente em filmes como "Forte Apache" (1948) e "She Wore a Yellow Ribbon" (1949). Os filmes de Ford frequentemente se baseavam em caricaturas e estereótipos raciais, perpetuando uma visão negativa e paternalista das culturas nativas americanas. O documentário também destaca o trabalho de cineastas nativos americanos que buscavam desafiar e subverter os estereótipos existentes e as representações negativas. Filmes como "Smoke Signals" (1998) e "The Business of Fancydancing" (2002), ambos dirigidos por cineastas nativos americanos, ofereceram representações mais sutis e realistas da vida nativa americana. Esses filmes frequentemente exploravam temas de identidade, cultura e comunidade, destacando a diversidade e a complexidade das experiências nativas americanas. Reel Injun também examina o impacto da Lei de Reorganização Indígena de 1934, que buscava promover a autogovernança e a revitalização cultural entre as tribos nativas americanas. O filme sugere que a Lei teve um efeito cascata na representação dos nativos americanos no cinema. Muitos cineastas começaram a ver os povos nativos americanos como mais do que apenas estereótipos ou vilões. Eles começaram a reconhecer a diversidade e a complexidade das culturas nativas americanas, levando a representações mais sutis e realistas na tela. O documentário conclui destacando os desafios enfrentados pelos cineastas nativos americanos hoje. Apesar do progresso feito nos últimos anos, muitos cineastas nativos americanos ainda enfrentam barreiras significativas de entrada na indústria. A falta de representação e diversidade na indústria cinematográfica perpetua um ciclo de estereótipos e representações negativas. Ao examinar a evolução da representação dos nativos americanos no cinema, Reel Injun busca aumentar a conscientização sobre as lutas contínuas enfrentadas pelos cineastas nativos americanos e a importância de uma representação precisa e respeitosa na tela. Em última análise, Reel Injun é uma crítica poderosa ao tratamento da indústria cinematográfica aos povos nativos americanos. Ao destacar a evolução das representações dos nativos americanos na tela, o documentário lança luz sobre a luta contínua por uma representação precisa e respeitosa. Por meio de seu exame da história e cultura dos povos nativos americanos, Reel Injun busca desafiar os estereótipos existentes e promover uma compreensão mais profunda das experiências complexas e multifacetadas das comunidades nativas americanas.
Resenhas
Recomendações
