O Homem Que Via os Comboios Partirem

O Homem Que Via os Comboios Partirem

Enredo

O Homem Que Via os Comboios Partirem, lançado em 1952, é um filme clássico de comédia dramática francesa que gira em torno dos temas da identidade, engano e redenção. Realizado por Henri-Georges Clouzot, o filme conta a história de Marc Étancelin, um empresário charmoso e extravagante que, juntamente com o seu contabilista, Jean-Paul Casaretto, formam os personagens principais da narrativa. Marc, interpretado por Gérard Philipe, é o proprietário de uma empresa têxtil holandesa, que ele leva à falência com a intenção de fazer uma fuga rápida com o saque. O seu plano envolve incendiar os livros de contabilidade incriminatórios e depois fugir para Paris com os fundos da empresa. No entanto, o seu contabilista, Jean-Paul, interpretado por Lino Ventura, apanha-o em flagrante. Marc fica chocado ao ver que Jean-Paul, tipicamente visto como um homem aborrecido e modesto, tem uma mente afiada e um raciocínio rápido que lhe permite enganar Marc a cada passo. À medida que a história se desenrola, Marc e Jean-Paul encontram-se num rumo de colisão. Marc, desesperado para escapar às consequências dos seus atos, tenta subornar e intimidar Jean-Paul, mas este último recusa-se a ceder. À medida que a tensão entre eles aumenta, torna-se claro que a fachada de Marc começa a desmoronar-se. O seu exterior charmoso, que outrora enganou todos, incluindo Jean-Paul, está lentamente a revelar a sua verdadeira natureza: a de um indivíduo implacável e astuto, disposto a tudo para salvar a sua pele. À medida que Jean-Paul se entrincheira mais na sua recusa em cooperar, Marc sente-se perdido. Tipicamente habituado a ter o que quer, é forçado a confrontar a realidade da sua situação e as consequências dos seus atos. Esta inversão de papéis, como sugerido no título do filme, é uma jogada inteligente sobre o tema da identidade. Marc, que outrora se via como o esperto e engenhoso, é agora forçado a confrontar as suas próprias falhas e fraquezas. Jean-Paul, por outro lado, revela-se ser mais do que apenas um contabilista aborrecido; ele possui uma mente afiada e um raciocínio rápido que lhe permite superar Marc a cada passo. À medida que os dois homens são transportados pelo país, a sua dinâmica torna-se cada vez mais complexa. As tentativas de Marc para enganar e manipular Jean-Paul tornam-se cada vez mais desesperadas, enquanto a recusa de Jean-Paul em ceder se torna mais resoluta. As suas interações são preenchidas com inteligência e brincadeiras, enquanto cada homem tenta enganar o outro. O jogo do gato e do rato entre eles é um comentário inteligente sobre a natureza do poder e as linhas ténues entre o bem e o mal. A cinematografia do filme é notável pela sua utilização de planos longos e um foco nos rostos e linguagem corporal dos personagens. As atuações dos atores principais, Gérard Philipe e Lino Ventura, também são notáveis ​​pela sua nuance e alcance. Philipe traz uma energia carismática para o papel de Marc, enquanto Ventura retrata de forma convincente a confiança e determinação silenciosa de Jean-Paul. Ao longo do filme, Clouzot emprega uma variedade de técnicas narrativas para criar uma sensação de tensão e apreensão. O uso de close-ups e planos de ponto de vista aumenta a sensação de intimidade e imediatismo, atraindo o espectador para o mundo dos personagens. O ritmo do filme também é digno de nota, com uma série de sequências rápidas que refletem o desespero crescente dos personagens. O Homem Que Via os Comboios Partirem é uma masterclass em contar histórias orientadas para personagens. Através da dinâmica intrincada entre Marc e Jean-Paul, Clouzot cria uma exploração complexa de identidade, engano e redenção. Os temas do filme são intemporais e universais, falando da condição humana em toda a sua complexidade. À medida que os dois homens se precipitam para o seu confronto final, o filme caminha para uma conclusão satisfatória e inesperada que deixará os espectadores à beira dos seus assentos. Quer Marc consiga ou não escapar às consequências dos seus atos, o filme sugere que, em última análise, não é o resultado que importa, mas sim a própria jornada – uma jornada de autodescoberta e redenção que é simultaneamente pungente e assombrosa.

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