A Possessão (The Turning)

A Possessão (The Turning)

Enredo

O filme de 2020, 'A Possessão (The Turning)', dirigido por Floria Sigismondi, oferece uma interpretação cativante e sinistra da clássica novela gótica de Henry James, 'A Volta do Parafuso'. A história gira em torno de Kate (Mackenzie Davis), uma jovem determinada e idealista que, numa tentativa de mudar a sua vida, decide abandonar a sua profissão de professora. A assumir o papel de tutora particular e governanta das excêntricas e carismáticas Flora e Miles Colburn (Brooklynn Prince e Finn Wolfhard) na isolada propriedade rural de Essex, Bly Manor, Kate é atraída pela perspetiva de um novo começo e um salário substancial. À medida que se instala na sua nova casa, fica cada vez mais fascinada pelo enigmático e algo distante casal aristocrático, Sr. e Sra. Colburn, que a contrataram para cuidar dos seus protegidos. À chegada, Kate é presenteada com um mundo belo e tranquilo que parece quase surreal. A propriedade, com os seus grandes salões e jardins bem cuidados, parece ser um refúgio de perfeição, refletindo a elegância e o requinte dos seus antigos ocupantes. No entanto, quando Kate começa a aprofundar-se na vida das crianças aos seus cuidados, começa a notar um ar de presságio que paira sobre a casa e os seus habitantes. Flora, uma das crianças, inicialmente cumprimenta Kate com uma sensação perturbadora de distanciamento, mas à medida que Kate começa a estabelecer um vínculo com ela, sente um mundo interior profundo e complexo sob o exterior estoico da criança. Entretanto, Miles, a outra criança, mostra-se mais recetivo aos afetos de Kate, e as suas interações enchem Kate com uma sensação de esperança e afeição. No entanto, quanto mais tempo passa com eles, mais Kate começa a sentir uma presença inexplicável e opressiva na casa que parece emanar de Flora. Kate logo percebe que a atmosfera na casa está carregada de uma energia inquietante, que ela considera difícil de definir, mas sente profundamente. Ao observar o comportamento cada vez mais errático de Flora e ao começar a suspeitar que a criança está sob algum tipo de influência malévola, Kate fica convencida de que a casa está a abrigar uma presença escura e sobrenatural. À medida que a perceção da realidade por parte de Kate começa a vacilar, ela fica convencida de que as crianças estão a ser manipuladas por uma entidade malévola, que ela só pode presumir que é uma expressão do seu trauma reprimido ou um reflexo sombrio dos adultos nas suas vidas. Kate recorre a medidas drásticas, confinando as crianças aos seus quartos numa tentativa de as proteger do mal percebido que espreita dentro da mansão. No entanto, como os eventos que se desenrolam ao longo do filme sugerem, a perceção da realidade por parte de Kate é provavelmente distorcida, e os comportamentos das crianças podem ser vistos como uma manifestação da sua própria projeção e fragilidade psicológica. Em meio ao caos e à incerteza que se seguem, Kate começa a perder o controlo da sua própria sanidade, lutando para separar a realidade da ficção. Ao longo do filme, Sigismondi combina magistralmente elementos de realismo psicológico e terror sobrenatural, esbatendo habilmente as fronteiras entre o que é real e o que é percebido. À medida que a espiral descendente de Kate acelera, a atmosfera outrora idílica de Bly Manor desce ao caos, e o espectador fica com uma sensação assustadora de incerteza. O filme levanta questões importantes sobre a natureza da realidade e a confiabilidade da perceção, convidando os espectadores a questionar a autenticidade da narrativa e a sua própria capacidade de autoengano. Em última análise, 'A Possessão (The Turning)' apresenta uma exploração complexa da fragilidade da psique humana e das fronteiras difusas entre a sanidade e a loucura, tornando-se um filme instigante e perturbador que permanece na mente do espectador muito depois dos créditos rolarem.

A Possessão (The Turning) screenshot 1
A Possessão (The Turning) screenshot 2
A Possessão (The Turning) screenshot 3

Resenhas