Dois Papas

Dois Papas, um filme de drama dirigido por Fernando Meirelles, traz à vida um capítulo fascinante e pouco conhecido da história contemporânea. O filme é uma história sobre a mais improvável das amizades entre dois homens: Papa Bento XVI (interpretado por Anthony Hopkins) e Jorge Mario Bergoglio (interpretado por Jonathan Pryce), que mais tarde se tornaria Papa Francisco. A narrativa gira em torno do encontro extraordinário dos dois papados em 2013 e os eventos que levaram ao seu encontro histórico. O filme começa na Argentina, onde um jovem Bergoglio é mostrado como um sacerdote devoto trabalhando nas favelas. No entanto, devido às suas visões liberais, ele enfrenta o ceticismo tanto do establishment católico quanto do governo. Avançando para 2012, onde o Cardeal Bergoglio é eleito Papa como Papa Francisco, marcando a primeira vez que um jesuíta assume o trono papal. De volta ao Vaticano, o Papa Bento XVI enfrenta uma pressão sem precedentes devido ao seu tratamento do escândalo de abuso sexual. Seus esforços para reformar a igreja foram prejudicados pela resistência de outros funcionários de alto escalão. O outrora introspectivo Papa atingiu uma barreira de autoconfiança e começa a questionar se ele tem a força para liderar a Igreja Católica através deste período tumultuado. Ele entra em contato com o Cardeal Bergoglio em uma jogada ousada, pedindo permissão para se afastar, mas, em última análise, o Papa Francisco o persuade a continuar no cargo. No entanto, durante o conclave papal de 2013 que ocorre no Vaticano, o Papa Bento XVI surpreende a todos com a decisão sem precedentes de renunciar ao cargo de Papa, o primeiro pontífice a fazê-lo em quase 600 anos. Esta decisão abre a porta para a eleição de um novo Papa, à medida que Jorge Mario Bergoglio emerge de trás das cortinas. Enquanto isso, um velho e cansado Papa Bento XVI está lutando com sentimentos de culpa, arrependimento e dúvida devido a falhas passadas e à pressão para reformar a igreja. Após um longo período de contemplação, o Papa Bento escolhe revelar um segredo extraordinário que abalaria as fundações da igreja. É durante este tempo que o filme revela uma amizade inesperada florescendo entre o antigo pontífice e o novo. O Papa Bento convida o Papa Francisco para jantar no Vaticano, provocando um laço improvável durante o jantar, enquanto ambos os papas exploram suas experiências, esperanças e medos. Esta nova amizade proporciona um alívio do peso das responsabilidades que ambos os homens têm de suportar. Enquanto seu laço se aprofunda, o Papa Bento decide revelar um segredo que está pesando muito em seu coração. O segredo é que ele descobriu uma maneira de reformar o Vaticano mais rápida e efetivamente do que o Papa Francisco, mas com uma ressalva: envolve a remoção de certos funcionários de alto escalão. Dividido entre fazer o que é certo e as potenciais consequências, o Papa Francisco luta para reconciliar a integridade da igreja com os desejos do Papa Bento. À medida que seu laço se aprofunda, a amizade se torna um belo reflexo de esperança, perdão e redenção. Em uma reviravolta surpreendente, o Papa Bento revela que descobriu documentos que sugerem que seu antecessor, Papa Pio XII, tinha um relacionamento mais próximo com Hitler do que qualquer um jamais imaginou. Esta revelação chocante não só destruiria o legado do Vaticano, mas também as próprias fundações da igreja. No entanto, em uma jogada ousada, o Papa Francisco se recusa a agir com base nos documentos, escolhendo, em vez disso, preservar a integridade e a dignidade da igreja. À medida que seu encontro chega ao fim, o Papa Bento se despede, entregando ao Papa Francisco um conjunto de chaves simbolizando a passagem da tocha. O filme conclui com uma nota pungente, capturando a essência do notável laço que se formou entre os dois Papas. Em um mundo dilacerado por conflitos, política e divisão, os dois Pontífices oferecem um farol de esperança, lembrando-nos do poder do perdão e daCompasião em face da adversidade. Dirigido por Fernando Meirelles, o filme é uma adaptação magistral da memória de Tony e Peter Sebnik "O Papa" com bela cinematografia, performances excelentes e narrativa excepcional. Dois Papas serve como um lembrete convincente de que a verdadeira liderança não é sobre poder, mas sobre servir ao bem maior, e o legado que será deixado para trás.