O Peso das Correntes 3

Enredo
O Peso das Correntes 3 é um documentário informativo que investiga as intrincadas relações entre governos, corporações e grupos de interesse especial que têm efeitos devastadores na saúde e nos meios de subsistência das pessoas em todo o mundo. O diretor e narrador Boris Malagurski entrelaça magistralmente narrativas históricas e contemporâneas para ilustrar como a interseção de gastos militares, comercialização e política pode ter um impacto profundo na estabilidade global e no bem-estar humano. O filme começa examinando o contexto histórico da Guerra Fria e suas consequências. O autor observa como a ascensão do complexo industrial-militar, alimentada por uma cultura de militarismo e busca por lucro, levou a um aumento exponencial nos gastos militares. Este fenômeno, por sua vez, criou novas oportunidades para indústrias e governos colaborarem, com consequências de longo alcance para a saúde pública e o meio ambiente. Um dos estudos de caso do filme é a Sérvia, um país que tem lidado com as consequências da Guerra do Kosovo. Malagurski destaca a devastação ambiental causada pelas operações militares e a subsequente proliferação de resíduos tóxicos, o que levou a altas taxas de câncer e defeitos congênitos entre a população local. Este exemplo serve como um forte lembrete do custo humano do conflito e da militarização. Em seguida, o filme muda seu foco para Cuba, muitas vezes percebida como um outlier no contexto latino-americano. No entanto, o autor argumenta que a situação de Cuba é, na verdade, uma manifestação das questões globais mais amplas em questão. Sob o embargo dos EUA, Cuba tem lutado para acessar medicamentos essenciais, suprimentos médicos e outros recursos críticos, resultando em um declínio significativo na qualidade da saúde. Esta situação é sintomática de um padrão mais amplo, onde governos e corporações priorizam seus interesses sobre o bem-estar de seus cidadãos. O exemplo chileno serve como uma ilustração pungente da complexa interação entre política, economia e saúde. Malagurski explora como o golpe apoiado pela CIA em 1973, que derrubou o governo democraticamente eleito de Salvador Allende, teve um impacto profundo no sistema de saúde do país. A ênfase do regime autoritário no crescimento econômico e na militarização ocorreu às custas da saúde pública, levando a um declínio nos resultados da saúde materna e infantil. Na Itália, o filme examina o papel do complexo industrial-militar na definição das políticas de saúde do país. Malagurski observa como a decisão do governo italiano de priorizar os gastos militares e o crescimento econômico em detrimento da saúde pública resultou em financiamento inadequado para pesquisa médica, equipamentos e pessoal. Isso, por sua vez, exacerbou as disparidades de saúde existentes no país e criou uma crise em seu sistema de saúde. O exemplo boliviano serve como um lembrete arrepiante das consequências catastróficas do poder corporativo desenfreado. Em 2012, o governo boliviano nacionalizou as indústrias de petróleo e gás do país, que eram controladas por corporações estrangeiras. No entanto, essa medida foi recebida com forte resistência das corporações e seus aliados, incluindo o governo dos EUA. As subsequentes sanções econômicas e a pressão militar levaram a dificuldades econômicas generalizadas e agitação social, comprometendo ainda mais a saúde pública do país. Ao longo de O Peso das Correntes 3, Malagurski entrelaça essas várias narrativas para construir um argumento convincente sobre a natureza interconectada do militarismo, da comercialização e da política. Ao destacar as maneiras pelas quais governos e corporações colaboram para manter seu poder e lucros, o filme desafia os espectadores a pensar criticamente sobre o mundo ao seu redor. Em última análise, serve como um chamado à ação, exortando o público a responsabilizar seus líderes pelas decisões que moldam suas vidas e o planeta.
Resenhas
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