Vera Drake

Enredo
Na Inglaterra dos anos 50, Vera Drake (Imelda Staunton) é uma dona de casa discreta que vive com seu marido Sidney (Phil Davis) e seus dois filhos adultos. No entanto, o que parece ser uma vida tranquila é uma fachada, pois Vera secretamente administra uma clínica de aborto em sua casa. Operando nas sombras, a prática de Vera atende mulheres de todas as esferas da vida que se encontram em necessidade desesperada de seus serviços, principalmente devido às leis draconianas do país contra o aborto naquela época. Enquanto Vera realiza seu trabalho clandestino, sua dedicação em ajudar os outros é um testemunho de sua compaixão e generosidade. Cada mulher que ela atende é tratada com gentileza, respeito e uma profunda compreensão de sua situação. A perícia e habilidade de Vera lhe renderam grande respeito entre suas clientes, que, por sua vez, se tornam leais e dedicadas aos seus cuidados. No entanto, as ações de Vera não se limitam às sombras e seu segredo começa a se desfazer quando uma garota de 15 anos chamada Ethel (Sally Hawkins) é trazida à porta de Vera. O dilema de Ethel desencadeia uma cadeia de eventos que testarão a determinação de Vera, ameaçarão seus relacionamentos familiares e, em última análise, levarão a consequências devastadoras. O relacionamento de Vera com seu marido e filhos é posto à prova à medida que eles se tornam cada vez mais conscientes de suas atividades. À medida que suas suspeitas aumentam, os entes queridos de Vera ficam inicialmente perplexos e depois revoltados com seu envolvimento no negócio de aborto. Quanto mais aprendem, mais se dividem em seu apoio a Vera, com alguns tentando aceitar suas escolhas, enquanto outros as veem como uma fonte de vergonha e culpa. A reação de Sidney às ações de Vera é complicada, pois ele luta para reconciliar seu amor por sua esposa com seu horror à sua profissão. Suas emoções conflitantes apenas servem para criar tensão dentro da família, tornando cada vez mais difícil para Vera continuar seu trabalho sem ser detectada. Enquanto isso, a história do aborto de Ethel serve como um catalisador para uma exploração mais ampla das atitudes sociais em relação aos corpos das mulheres e à saúde reprodutiva durante esta era. As clientes de Vera, como Ethel, incorporam o desespero e a vulnerabilidade que as mulheres enfrentam diante de leis restritivas e tabus em torno do aborto. Ao lançar luz sobre a vida dessas mulheres, o filme enfatiza a necessidade de que as mulheres sejam tratadas como mais do que apenas vasos para a vida, mas como indivíduos com agência sobre seus próprios corpos. À medida que os eventos se desenrolam, Vera se vê cada vez mais isolada de seus entes queridos, que são levados a relatar suas atividades às autoridades por uma mistura de preocupação com o bem-estar de sua comunidade e indignação com a violação das normas sociais por Vera. A representação da confrontação final de Vera pelo filme é ao mesmo tempo pungente e de partir o coração, enquanto ela lida com as consequências devastadoras de suas ações e a inevitável perda que em breve recairá sobre sua família. No final, a história de Vera serve como um comentário poderoso sobre as complexidades da política de aborto durante os anos 1950 na Grã-Bretanha. A representação do filme de uma abortista dedicada lutando para reconciliar sua profissão com as expectativas sociais depositadas sobre ela levanta questões essenciais sobre o que significa cuidar dos outros e a que custo para o relacionamento e o senso de si de alguém. A cinematografia e o design de produção do filme transportam o público para uma era nostálgica, mas restritiva, onde a vida das mulheres da classe trabalhadora era marcada por um desespero silencioso e repressão social. As performances do elenco em conjunto adicionam profundidade e nuance à história, capturando as emoções complexas que acompanham uma família dividida por valores e lealdades conflitantes. O diretor, Mike Leigh, tece com maestria uma rica tapeçaria de temas e emoções, resultando em um drama poderoso e emocionalmente carregado que ressoa muito depois que os créditos rolam. "Vera Drake" é uma homenagem instigante e comovente a uma mulher que arriscou tudo para cuidar de sua comunidade, lembrando-nos que o verdadeiro heroísmo muitas vezes reside nas ações silenciosas e modestas daqueles que colocam as necessidades dos outros antes das suas próprias.
Resenhas
Recomendações
